quinta-feira, 17 de maio de 2018

Em terços


O que faço eu com todo o vazio e todo o frenesim que trago aqui dentro? Quantas sou? O que quero? Estou cheia; a abarrotar e só consigo distinguir a incerteza. O desejo de contemplar o vazio; o conforto que encontro apenas na ideia. O nada… Horas e horas. O tempo… Tic (…) tac. 
Quantas sou? De onde venho? O que é isto que me preenche e não me deixa ver? Sou cega ao espelho. Sinto-me a querer desesperar e não consigo. Será uma necessidade? Rompam-me de uma vez! Destruam-me! Libertem-se! Abandonem-me. Nada disto me pertence. Eu não distingo. Eu não vejo. É vazio. E eu estou tão cheia que consigo sentir a pele a esticar. Os pulmões não têm espaço para o pouco ar que entra. O peito a dilatar. Nada é meu. Vão-se embora. Vão-se embora. 
O que quero? Quais são as minhas necessidades? Agora quero uma fotografia da minha avó, de quando era jovem. E quero muito fotografias com ambas, de agora. Necessito de que nunca morram. Custa a respirar. Sinto-me profundamente ingrata, um murro no estômago. É a minha única testemunha e também a única que me protegeu. Quem fui eu, nestes últimos anos? Para onde fui? Onde estou? Em quantas me divido? Onde quero estar? Onde necessito estar? Só quero dormir. Só quero que o tempo pare a qualquer momento. Só quero sentir o estômago cheio, com prazer, e que dure por dias. Só… Tantos “sós” e tantos “quereres”… Não tenho nada. Não sou digna de nada. E toda aquela gente a morrer e a lutar. Descobri o parasita que o meu corpo transporta. Uma já está. A mais óbvia.

segunda-feira, 26 de março de 2018

Falta-lhe o ar...

Como se sente perdida, encontrada pelo leito que quer... Mas não lhe dá sua vida, ela inconformada lhe grita: Vai-te embora, mulher! Não se lhe engole os caminhos - a seus olhos tão distantes... Roga pragas às prioridades, irritam-lhe até as vaidades e nunca voltam os tempos d'antes. Dói o estômago, o pulmão - todo o corpo levou uma coça... Baixa a cabeça, replica; Pensa e continua perdida... Na alma, mais uma mossa. E cobarde, sem emoção: Os lentos passos não mudam a rota... Prisioneira da esperança, no vendaval e na bonança... A motivação hiberna-lhe a vontade morta.
Continua, cabisbaixa, sorriso no rosto, a mulher... Sente-se grata pela sina, recalca a dor que a domina; Ela toca-lhe e ela diz-lhe que quer.

segunda-feira, 5 de junho de 2017

Quantos anos?!

Que canseira, toda a inércia; a não-vontade de emoção...
Mundo abatido; nem vivido, nem oprimido...
Vai com o vento... - e o vento diz que não.

Mas no desconforto do à vontade, sem encontrar solução,
Ao vislumbrar a saudade, acredita que é verdade...,
Vai com o vento... - e o vento diz que não.

E, numa batalha perdida, encorajando* o desalento,
Cega-se para a vida - empiricamente regida...;
Fia-se no "Não"...  - e vai com o vento.


terça-feira, 28 de março de 2017

Da minha janela

Tive toda a paisagem que pude ter. E vi.

quarta-feira, 13 de agosto de 2014

Crónicas de uma Indecisa#2

É, então, hora de mais uma apresentação dos mesmos personagens. Não é tão simples assim, após intensa ausência. Encerrado (in)temporalmente. Tão in que houve espaço, não para uma mas, para várias metamorfoses.

De Lua em Lua

Assombram-me as vontades
De ter em mim
Um sustento de talento.

A estrada da vida era a mesma,
Mas a morte, essa, mais penosa.
A alma mais rica,

Que na vida simples encontra o encanto,
É feliz a libertar a própria infelicidade.

"Empurra-empurra".

Can I take you higher?
Not may, not would, not could.
Can I?
Should try?

Em cativeiro,
Estou a sentir-me,
Em cativeiro,
Eu estou a esforçar-me,

Em cativeiro,
Não sei não sentir-me.

Solto o canto mudo.
No desespero é que me cuido.

Não sei não sentir-me,
Sou o centro de um muro.
No desespero é que me cuido.
Não sei não sentir-me.
Duas frentes de batalha;
A Liberdade e o Amor.
Mas sou o centro de um muro em desespero.
Abafado... O som abafado.
Sou o centro do Mundo.

Passion... Passiflora... Passivona.
Pacífica. Pintada com firmeza. 

quarta-feira, 30 de abril de 2014

Mal-entendido antropológico

O ar é tão pesado... Dói nos interiores o encaixar esta ausência na caixa torácica... Mas tem de ser. Tem de ser porque o meu coração é vasto; fui brindada com um todo. Curioso de ver como esse todo me custa o sangue - e agora, porque palpita meu coração?
Na verdade, não palpita. O todo não lhe basta se lhe falta um pedaço de si próprio...
Deus é grande, mas a minha vontade conseguiu ser maior.
As paredes imploram os meus gemidos. Cá em casa, já todos se perguntam que é feito de todos aqueles cujos corpos costumavam pernoitar (n)a minha cama... Eu cá não sei! Talvez estejam todos enclausurados no mesmo quarto, pobrezinhos...Sangue-sugas...
A ferida continua aberta e há continuidade no querer escavar; querer estar; querer ficar.
Assombra-me a questão: O que há, quando já não há questão? E eu vejo que é só esta... É só isto.
Voltei à graça que a graça matou. Oh, Graça, tu morreste!
Tanto tempo e nada para dizer... Tanto tempo e nada foi dito... Rojo o que penso... Rojo o que sinto... Rojo-me as entranhas. Voltei a rasgar-me.
E continua confuso; e não significa que significa que não quero. Só nada sei.

(...)

quinta-feira, 1 de agosto de 2013

Um crescendo...


Tronco dilata
Constante vazio
Consciência empata
Inconsciente doentio 
Formando barreiras negras
Que sugam a confiança
De todas as conquistas s/ regras
Presas na teia da bonança.
Destratadas na negritude
Que tinge o meu bel-prazer 
Vestem-se da vã atitude
Do não fode, nem deixa foder.

quinta-feira, 13 de junho de 2013

Talvez esteja na hora!

Mas numa hora diferente. Num Mundo paralelo a quatro horas de distância... Mas neste momento encontro-me noutro Mundo. Neste momento derreto-me e misturo-me com uma realidade onde a madrugada ainda não deu os bons dias. Os Santos Populares estão na outra porta, penso a Amália mas não a oiço - mal atravessei o portão. A amarga libertação da sapiência... É ambíguo. E estou encravada na minha paixão por mim que me transformou naquilo que nunca me chamou a atenção. Continuo a querer-me, mas vejo-me, do outro lado estrada, a acenar-me. Contudo continuo a querer-me.
É ambíguo... Sempre referi a luz, em tom de brincadeira. De certa forma o foco ficou intenso e grande parte da brincadeira apenas oralmente lhe tomava o cheiro. As cores era às escuras; às secretas; às securas. Então não se sabe as cores.
A verdade é que a conduta - moldável, finalmente mas tristemente - se mantém... O destino é o mesmo, mas com Destino à mistura. Dá costas quentes, então não dá?! Também gera muito amor... Oh(!) se gera...! Mas dá costas quentes e tudo o que o Destino promete. E ficas mole. E deixas de sugar o amor que tens. Se te apaixonares por ti, percebes que é a tua sina. Mole, como estás, e com tanto Destino à mistura até entregas o teu amor por ti numa bandeja de prata ao teu novo eu; à tua nova paixão por ti. Então não há forma de voltares a ser tu própria e assim, supostamente, não te rasgas toda por ti. Mas não te interessa... Porque continuas a apaixonar(-te).
Depois não há brincadeira e atravessas-te no teu caminho. Cheia de luz vês a Luz... Calma, diz-te ela. Voz colocada sempre em letra minúscula. O Destino tem cunhas nas lacunas do Universo. A História fica mal contada, a personagem toda trocada e o sujeito poético expressa-se de preto. E literalmente a negrito. 

Calma... Deste um passo para trás. Tu queres-te onde tu não te queres.


E, repito, não pode haver confronto com hipotéticas certezas... Só por si é ambíguo.

sexta-feira, 11 de janeiro de 2013

Hoje serias assim...

26-10-2010

Desejo que a tua pele seja a minha pele

- Com linhas bem desenhadas -
E que as tuas vontades sejam mel

- Pela minha boca desfrutadas.
Desejo que os teus cheiros sejam (os) meus cheiros
- Que me penetrem; Que me persigam -
E que os teus desejos sejam certeiros 

- Que me sufoquem; Que me predigam.
Desejo que a tua voz seja direcção
- Que me guie com sapiência -
E que a minha vontade seja a comunhão
- (entre) O Amor e a Inteligência.


Desejo que o teu sabor seja de digna eternidade

E que esta chama, sem calor, sobreviva da saudade. 



Frenesim

É tudo aquilo que (me) está a mais ou a menos. É toda aquela paixão que consome a minha frieza; a minha crueldade. É todo aquele ódio que desperta os meus mais primários sentidos. E não pára; não me deixa dormir. Tamanha intensidade daquilo que sinto - e do que penso que sinto - traduz-se em correria veloz; ágil; frágil... Traduz-se em cansaço e em dúvida... Permanente... Permanente dúvida.
E o pensamento adora cada pedaço das obras que constrói, oh se adora. Venera cada etiqueta inventada (freneticamente) para temas; subtemas; micro temas; macro temas. O pensamento alimenta-se do pensamento que se alimenta de mim.
Escrava da minha bulimia espiritual fico-me. Fico-me na minha metamorfose... Caminhando transparência...
Mas é tudo tão vago... Tão vazio... Tão cheio de vazio...
E o antagonismo desafia-me constantemente. Duelos. Frente a frente. E eu perco. Perco-me.
Mas não tenho tempo! Franzina, ergo a réstia de auto estima desta mente delinquente e ofereço o rosto esquálido às negociações diárias, reclamando vitória; aceitando a derrota.
Transpirando cólera, a lividez finge ser máscara, mascarando a lividez. Só ouvi falar de um homem assim. Um único. Mas esse era abençoado pela droga - e não era Amor.
Também eu, toxicómana, me entrego à minha sede. Corro atrás do nada, procurando o tudo e entendendo a ineficácia do processo-invertido. Contudo, continuando correndo me encontro. No mais primário da palavra... Encontro-me. Encontro-me em cada canto das 4 paredes, tal prisioneira de psicoses várias; variadas; variantes.
Mas esta sede insaciável espreme cada hora atribuída ao repouso da massa cinzenta. E por isso aqui estou. Perdida; entregue a tentativas ultrapassadas de descanso ordeiro. E depois há a incerteza!!! A incerteza do que é correcto, fruto do conflito entre a praga do querer e a praga do prazer.
E não há choro; não há raiva; não há rancor… Só vazio. Um vazio produto de metamorfose velha; ordinária; ultrapassada.
Mas não há tempo… Não tenho tempo para novas construções do novo – ou deverei dizer reconstruções do antigo?
E já não há raiva e, consequentemente, já não há palavras e a fasquia aumenta e a dificuldade surge e o desespero fica… Mantém-se… O desespero é constante na vida boémia que pratico; que venero. Só assim faz sentido. A necessidade é a motivação do motivado. Só assim nasceu a roda. A minha é a pressão.
E depois entra a música. Abro-lhe as portas e convido-a a aniquilar a sanidade que teima em assentar. O Universo da loucura é negro. O negro é vasto; o negro é infinito. O Universo da loucura é um buraco negro. Os buracos negros são vastos; são infinitos. A própria loucura é infinita. É ter o Rei na barriga e ser miseravelmente conformado; satisfeito. É ter o Rei na barriga e vomitar teorias em cada prato que nos é generosamente cedido – e grita: Come-me.
Voltei! A agonia que preenche artérias é perfumada por expressões faciais que pressionam cada saber mal estruturado; cada ideologia mal cuspida e mal colada.
Assim, nada mais me resta que entregar-me ao fluir de cada batimento desordenado e render-me ao conforto… O conforto do desconfortável e da correria… O conforto da segurança e do controlo. O conforto de quando sabemos que controlamos. O conforto do dom da palavra. O conforto do dom de bem-expressar.
Faz parte do frenesim da busca de todos nós; de cada um de nós, particularmente. Do nós; do tudo.
E, por isso, mais uma vez sou eu. Obra mal esculpida, de más escolhas e de cuspos; pinceladas meio dadas, em cores feias; mal misturadas. Mas tudo feito por mim, bem sei... Infeliz consciência que expõe a culpa através dos olhos que seduzem quem se deixa ficar... Quem procura um tudo descomprometido (...), de prazeres infinitos; sem regras.
E aqui me coroo. Rainha do descompromisso para com a vida, num frenesim alucinante, praticando o praticamente impraticável. Sem cuspos, sem pinceladas, sem seduções. Um Até Sempre pela constância… Há-de continuar, naturalmente. 




Trabalho para AEC - Módulo de Português

quarta-feira, 24 de outubro de 2012

24 Outubro 2012

Já nem aqui tenho Liberdade. Até aqui perdi o livre-arbítrio. Qualquer pensamento será violado por quem se diz violado pelo meu impulsivo inútil. Todos na minha terra, sem excepção. Todos os que perderam a guerra contra o meu coração. E eu vou-me afundando na podridão. Na escuridão eterna dos que se acham que são, entrando na caverna do medíocre ancião. Habitando por inteiro na companhia do Passado. Mãos dadas sem critério, lado a lado.


E andamos em círculos, bajulando a redundância daquilo que deixou de ser. Farta de ficar farta de me fartar destes factos físicos; frenéticos; (...) frustrada. Estou frustrada. Estou encarcerada numa interpessoal que perdeu o sentido; o Norte e que me deixa sem reacção; meio morta, na cama, interpolando o sobreviver com o entusiasmo de sobreviver. E eu já sei que a depressão é o enjoo da alma. Mas não (d)a minha. 


(...) Continua

domingo, 23 de setembro de 2012

Voando...

E de todas as cobras,
Serpentes invejáveis(...),
As mais odiosas, 

São as mais desejáveis. 
Mas, se num Mundo sem cobras,
Ordinarices abocanháveis
Menos certa é a morte
De vidas (in)findáveis. 

Abençoada seja a iluminação, guia sábia da certeza,
Que não deixará em vão, a vil discussão acesa!
Mostrar-me-á, então, com altruísmo e grandeza,

A força de um Quintão, fenómeno da Natureza.

E sem pressa e firmeza, de quem não quer atenção
De quem lhe meta na mesa um pedaço de pão,
Há-de descobrir sobremesa, sem que lhe digam que não
Dispensando tristeza pelos que aqui ficarão.

quarta-feira, 20 de junho de 2012

Quebra-me

E há um misto de dor e ardor... Ou será a dor ardente? A novidade esmiúça o racional, a alma desliza no labirinto e não acha saída e já não acha a entrada. Contudo, sabendo que voa, continua.


Mas, abrindo buracos nos pobres arbustos, ela sabe que sairá.


Ficam é buracos.

sexta-feira, 18 de maio de 2012

Imagination

(...) E é difícil. Tão difícil... Eu olho para o alheio, palavra que olho. Olho mas não vejo, no verdadeiro sentido da palavra. E as fantasias tentam... Elas tentam... E são esmagadas pelo real... Coxo... Mas real. 


(...) E é ridículo. Tão ridículo... Eu digo as mesmas coisa, palavra que digo. Digo mas nem me apercebo, no verdadeiro sentido da palavra. E o racional tenta... Ele tenta... E é esmagado pelo real... Coxo... Mas real.

(...)

domingo, 15 de abril de 2012

Litro e meio

Não é preciso muito... Não, na verdade, não é preciso nada para eu virar costas - e que bem que sabe.
Faço-o. Simplesmente, faço-o. De tanto em tanto tempo, qualquer coisa (cá dentro) se deve aperceber que chega e lá vou eu.
É isto. Deixou de ser grave.
Antes de sociais somos individuais, por muito que queiramos acreditar no altruísmo desmedido... Por muito que, esse, nos faça falta. E... A verdade é apenas esta: Antes de pensar (sequer) em aprender a viver contigo, eu já sabia viver sem ti. Até porque sempre vivi sem ti. 


(...)

terça-feira, 31 de janeiro de 2012

Postigo

Na realidade, a gravidade de todas as situações localiza-se no facto de perdermos o sono. A persistência acaba sempre, de uma maneira ou de outra, por nos ferir indirectamente.
Quando eu viro costas, cheia das minhas razões e argumentos, faço-o com a certeza de que vou sair por cima. Mas estou errada... Sempre errada.
A persistência, em parceria com algumas características mais encantadoras, deita por terra todo o trabalho de uma vida; toda uma construção de personalidade que não permita infiltrações e violações. Quando a persistência se intromete, assim, com a sensualidade do que não se insinua, torna-se difícil mantermo-nos fiéis às raízes que nos suportam e falhamos e caímos.
Mas nada é assim tão permanente; nada é assim tão constante; nada é assim tão aliciante; nada é assim tão forte. Começa mesmo a ser(-me) fácil virar costas, não dar importância à ausência e menosprezar atitudes.
As escolhas são para quem as faz e... Sempre que escolheres o Silêncio... É com esse mesmo que terás de lidar.


Ah... E esqueci-me de concluir: Não é grave. Cada vez menos é grave.

quarta-feira, 30 de novembro de 2011

Falta Forma de Expressar Expressões

A eloquência do que sinto e penso - mais do que sinto do que do que penso - transforma meticulosamente aquilo que quero ser naquilo que sou. Porque, até hoje, eu fui aquilo que quis ser... E, hoje, (por ti e contigo) eu sou aquilo que sou.
O transgénico destas veias vai-se perdendo à medida que as minhas batidas cardíacas te acompanham; que a minha respiração te acompanha.
E vou-te perseguindo... Vou colocando os (meus) pés no rasto que deixas para trás. E isso faz-me ficar atrás... Sempre atrás. E volto a ser sombra e idólatra. Voltam os pedestais; as admirações; as expectativas; as protecções. Coloco os (meus) pés, com toda a cautela, no território geograficamente, por ti, seleccionado - quero acreditar que propositadamente mo deixas.
E é inigualável esta minha forma de subsistir; esta minha existência fraca e volúvel... Passiva e consequentemente passível. É, igualmente, incomparável o frenético divagar do que a Alma não prende que, incontrolável; veloz te fita - a ti e a mim - e te mata e te beija e te ama.

Mas volta a não ser suficiente e eu volto a desejar deixar de te desejar... Mandar-te embora sem o fazer efectivamente.
E tudo o que se mostra, tal montra; tal catálogo, a meus ingénuos olhos é falso e irreal e tudo o resto eles não vêm... Talvez não seja por não se (lhes) mostrar mas, antes, pela incapacidade de ver algo diferente.
E toda a confusão gera caos e a incapacidade de (boa e verdadeira) interpretação faz latejar cada veia deste corpo meio torto, meio morto.
E é agora que te deixo.

Mas a tua coragem não permite o corte; a quebra na ligação... E a comunicação continua... Continua e faz-se evidente e forte e a persistência arranca as fracas ervas daninhas que de tudo fariam para te afastar e para te machucar e para te matar e para te...e para te... E, mas, não. Não acontece nada, porque esse fraco corpo carrega um áspero espírito que, domado, me doma de amor, com amor. E eu amo-te. Continuo a amar-te em cada olhar; em cada inspiração.
E é altamente absurdo negar a existência do espiritual na nossa união. E é aterrorizador fantasiar um matrimónio que se revela (já) concretizado.
E depois existem os falhanços premeditados... Quase que planeados... Que assustador.

E no sentido em que a persistência das tuas mãos as encaminham directamente ao êxtase do pódio, vou-me adaptando e adquirindo as características que me permitem combater-te. A ti e a essa libido que me acende e me deixa quente e que pretende corromper a (minha) alma e profanar o (meu) corpo... De frente e/ou de costas (...) e deixou de ser o corpo... Deixou de ser pelo corpo. É isto: É estar intelectualmente ligada a ti; é estar emocionalmente colada em ti. É o não conseguir prescindir dos teus olhares e das tuas respirações (quentes) no meu rosto; no meu pescoço... E volta a ser corpo. O (teu) toque certo; certeiro que, à primeira, invade e viola o frasco das vontades, não respeitando avisos e promessas de revelia e revolta; rebeldia premeditada...planeada ao pormenor.

E depois tenho esta dor... Aparece-me esta dor que me consome atenção!!! Consome-me atenção e paciência e amor. Consome-me o Amor. Esta dor consumista - que alterna entre a direita e a esquerda - e fatal, consome-me juízo e vontade e é granada e mata! Palavra que mata. Mas não me mata a mim... Mata tudo o que me consome. Contudo, se continuar a consumir(-me) eu acabo por morrer. Morte lenta. Morte dura. Morte poética.
Não te acanhes, não precisas!!! Há sempre Letra à letra para a Letra. Que entrem, bem aparecidas! Abro-vos a porta com o prazer de quem reporta a reportagem errada, propositadamente - é evidente. Letras como as vossas são engolidas pelo ego da minha insolência. E é apenas essa que vos responde, sem vos considerar dignos de Letras menos à letra do que aquelas com que vos presenteia. Ide correndo adoçar a(s) beiça(s) desses vossos democratas que se deliciam com a vossa continuada (subtil) tentativa de pódio, mulher... Ide. Mas não esqueçais: Nesse vosso país, onde todos são democratas, não há povo. Quem manda?


(...) Continua


terça-feira, 15 de novembro de 2011

161

A (falta de) habilidade com que escrevo, traduz o desconforto infiltrado no que se me movimenta nas veias. Esta incapacidade para me expressar e dizer-te, claramente, que me evaporo com os teus olhos.
Mas não quero ser transparente... Não aceito ser nada menos que tudo aquilo que os teus olhos vêem; que a única coisa que os teus olhos vêem.
E não te faço promessas. Deixei de as fazer. Hoje percebo que (estas) facilmente deixam de fazer sentido; de serem sentidas.
Mas não me importo; não te importes. Tudo o que tenho é teu. Inteiramente teu. Incondicionalmente teu. Desmedidamente teu.
E espero que o aceites; espero que me aceites. Raras são as vezes em que sou - e quero ser - de alguém que não eu.

E se alguma vez pensares que não te escolhi, enganas-te.

segunda-feira, 7 de novembro de 2011

07 11 2011

Será esta a hora de virar a página para que todos vós, majestades, podeis ler a minha estória?

Não sei... Sei que vomito; que te vomito e que descolo todas as tuas partes (de mim). E é isso que vou fazendo sem dar cavaco a qualquer Ser que se cruze comigo e que não me atropele. Não há estória (que passe a história) que me deixe embaraçada; desamparada... Sem vontades; sem desejos. E não será esta história que travará a glória que ganham meus pensamentos e sacramentos que a (minha) carne e o (meu) intelecto seleccionam e convertem em uno. É uno o uno com que a (tua) carne e o (teu) intelecto constituem os meus quereres e as minhas crenças. Ganho novo sacramento. E não faço instigas... Qual consciente; Qual inconsciente. É o correr do relógio. E é um ganho... Revelou-se um ganho intolerante e constante e lesto. E não aceito árduas redarguas de quem tenta a sua sorte quando o Norte deixou de ser Norte e passou a fartote farto; insípido e penoso.
Só aceito a receita da receita que anulou a contrição; a constrição. A receita que me visita na cama e que sabe ser ama e me ama de amor. A receita que é Mãe, Pai e Irmão e que me provou que o Nada não existe; que o Único não existe; que o Insubstituível não existe; que a Dor não existe(...) mas que tudo isto pode ser criado (sem fardo). Criamos o Nada, o Único, o Insubstituível, a Dor... Fantasiamos o que nos faz falta; o que me faz falta. E ganho relevo; realce; saliência. Ganho um protagonismo narcísico num Mundo impetuoso; ímpio e a vantagem é tua... Só tua. É tua na medida em que tudo o que é meu te pertencErá. E estou sã... Embriagada pelo teu mel que hidrata e contacta o meu irresponsável; o meu irracional. E, portanto, a disposição para a entrega é total... De congruência adequada, passível a evolução positiva. És repristinação; refinação de representação. E crias a vontade; à-vontade. E é teu. É tudo teu.

domingo, 9 de outubro de 2011

Ok!

Acabei de descobrir o último passo. Acabei de alcançar a última peça para a sabedoria; para atingir a sabedoria.
Ainda não cheguei lá, mas já sei o último passo... Já sei o final; como vai terminar.
Agora percebi o sentido que pode ter o que me disseste no outro dia e no outro.
Se tudo continuar a não fazer sentido...não faz sentido continuar.
Então há a morte.
E morre-se.

quinta-feira, 1 de setembro de 2011

Amargura

Errada é a forma como me coloquei nos teus braços; entre os teus braços. Errónea é a forma como te julgo; como te considero. Sem eira nem beira dediquei-te cada minuto desta (falta de) vida; deste (sem) rumo. E vou submergindo cada vez mais profundamente nesse teu mar de falsas transparências. E sem inocência vais arrancando toda a manipulação que vomito à população mundial e o mundialmente aceite é fintado por ti e por toda essa sabedoria que deve, ao sofrimento, a sua existência.
Não se trata do que absorve ou do que é absorvido... São os clichés. São os clichés que me apercebi ter todo o prazer em viver. São os tabus. São os tabus que se revelaram a banalidade do ordinário.
E interrogo-me de como o fazes. Não! Não me digas... Não me respondas. Eu sei a resposta. Há portas e janelas e sou eu quem habita a casa... Não és o tipo de personagem que força entradas... Não precisas. Nem querias.
O agridoce é núcleo do casulo que formamos. Não somos uma cápsula, com dois lados que encaixam; coincidem na perfeição e cerram... Somos um casulo... Entranhamo-nos e aglutinamos, afincadamente, o que temos. Tão sinónimo; tão antónimo.
Já passou a hora da interrogação.

sábado, 30 de julho de 2011

Não aceito que me digas que se dizem muitas coisas quando há rancor... Não aceito! Há coisas que eu nunca diria, mesmo zangada; mesmo furiosa. Há tantas vivências (boas), tanta partilha... Não aceito! Não consigo aceitar! Não acredito, não consigo mesmo acreditar. As pessoas não são más; as pessoas não são ingratas. Não aquelas que eu escolho... Não podem ser! Eu escolho bem. Eu sei que o faço...
Destrói-me pensar que isso é, também, uma hipótese. Destruíste um bocadinho de mim quando me confrontaste... Destruíste mesmo. Continuo a ser o mesmo para todos? Continuam todos a ser o mesmo? É impossível! Eu sou boa nisto, eu sei que sou. Eu sei que nisto não falho... Eu tenho a certeza! É impossível. É simplesmente impossível. Eu não quero crer. Eu sei que nos construo bem... Eu sei que o faço. Não me podes confrontar com hipotéticas certezas - só por si é ambíguo.
O Povo tem memória curta!

sexta-feira, 22 de julho de 2011

(I)

Ilumina-me. Traz-me à ideia o caminho para o bem-estar; para o bem-ser. Mostra-me o que é o bem-estar; o bem-ser. Ilumina-me e não me permitas cair em tentações e desilusões que nada acrescentam àquilo a que tenho de dar continuidade; àquilo a que chamo vida. Ilumina-me... Faz com que acabem as perdições e as permissões. Ilumina-me. Não me deixes. Ilumina-me. Desprega-me de toda a depressão e de todo o abismo. Desprega-me desta vontade de fugir e de desistir. Ilumina-me. Não me deixes virar costas e partir. Ilumina-me. Se existes, ilumina-me.

terça-feira, 12 de julho de 2011

Memorando

Esta intolerância que me rasga a pele; que nos rasga a pele; que nos rasga todos e a todos e que nos faz desejar cada incoerência divinamente dividida entre ti e mim; entre o teu corpo e o meu que nunca se uniram como um só e isso me faz desejar(-te) e rastejar(-te) e tal metamorfose penetra harmoniosamente na música que fazes soar a meus ouvidos que te ouvindo se arrepiam; se comprimem e o meu corpo comprime-se e deseja snifar esse cheiro que emites e permites que penetre no meu corpo; na minha roupa e que não me deixa adormecer sem que estejas na minha cabeça; sem que te veja, a ti, incredulamente vestida e fora das minhas mãos... Inacreditavelmente vestida e longe da minha cama... Esta esquizofrenia que me desenvolveste que me faz adoptar comportamentos animalescos; controlados e que a medo vou revelando sem ter noções básicas do que estes, recentemente santificados, pagãos pensam do que eu penso da tua carne. E não és carne; não és corpo mas tornas-me idólatra e ergo-te bem alto, tão alto quanto meus braços possam; tão alto quando o meu inconsciente engane o meu intelecto que intelectualizando tenta aniquilar-te e levar-te para a cama e comer-te deitada e em pé ou de lado e que te snifa e que usa e abusa do que o teu corpo lhe possa fornecer. Mas o meu inconsciente ama-te e esta batalha mental não destrói só constrói pela tua resistência e persistência; por essa beleza que anda de mão dada com inteligência que me engana e me leva para a cama e me come deitada e em pé ou de lado e de olhos fechados continuas a comer-me sem me tocar; sem te tocar... É o meu consciente mas fazes o meu inconsciente ganhar e há quereres e há planos e há fantasias e castelos e dragões e corações e faz rir. Dou gargalhadas ridículas pela minha ridícula performance a teu lado; à tua frente, deitada e em pé ou de lado. E sou possessiva e prepotente; delinquente em escala sem proporções humanamente alcançáveis. Tais pedras preciosas subentendidas em teu nome básico; ordinário; transparente por culpa dessa tua resistência e persistência. E o ódio? o horror? a raiva? És tudo isso, deitada e em pé ou de lado. Sou selvagem e sou amor e sou imagem e semelhança de todos os memorandos guardados carinhosa e caridosamente em tecnologias criadas por batalhões; verdadeiros exércitos de pobreza e infelicidade. Quem diria a ironia da nossa felicidade... É marcada por gentes distantes parentes de outras centenas de infelizes infortunados, cheios de desdita...
Esses também têm raiva, mas uma diferente.

quarta-feira, 6 de julho de 2011

Luto.

Reparei que até tiveste uma duração (de tempo) considerável... Mas já foste. Acabaste por decidir virar a página como tod@s @s outr@s. Por mim maravilha!!! Espero, sim, que não decidas brevemente que ainda não leste a página toda - a que viraste - e que não tentes volta-la novamente. Não vou aceitar isso - e não vou saber dizer que não aceito.
Mas atrás de bruscas perdas vêm bruscas conquistas e, mais que felizmente, eu não fui excepção mas, sim, regra!
Elas vêm realmente de onde menos se espera e isso veste-lhes a piada toda. É curioso o gozo que me dá quando aparece alguém que contraria algumas das minhas maiores teorias arrebatando-me completamente... Quem diria que eu voltaria a ser parva como todos os outros?! Eu não! Eu nem desejava isso... Tampouco me pus a jeito, palavra. De qualquer das formas aconteceu... Aconteceu, está a acontecer e eu estou cá e estou viva e a viver o mais intensamente possível. Estou a vive-l@ da maneira mais pura que consigo. Estou a entregar o mais puro e o mais genuíno que em mim encontro... Estou a aprender... Continuo (sempre) a aprender.

Não tenhas medo. Eu tenho mais medo que tu.

Bem haja!


Não tenhas medo.
O meu é maior; o meu é feliz.
O meu medo é forte
Mas mais forte é o Porquê
Deste medo que é sorte; que é Norte.
Este Porquê quem não (o) vê?
És o Porquê que é sorte; que é Norte…
Que se vê e que é forte.
Não tenhas medo…
És o Porquê que me prende;
Que me faz querer ficar…
E, do medo, nada depende…
Este (meu) adorar, de aprendiz,
Que o condicional só entende
Com o que o teu sorriso me diz.

6 Julho 2011, 22:16h

terça-feira, 28 de junho de 2011

28 Junho 2011

Sou Pedra, Tesoura, Papel. Mais Pedra que tesoura; mais Pedra que papel.
Pedra de 3x360... Pedra que me cobre; que me dá a volta. Pedra impenetrável e impermeável, à partida.
Mas continuo a ser Pedra, Tesoura, Papel... Continuo a ser o Álvaro, o Alberto e o Ricardo... Mas continuo a ser eu, que sou Pedra, Tesoura, Papel.
Continuo erguida, firme e hirta. Depois aparece a Água... Chata... Enfadonha... Persistente... E mói e mói e mói... E a altura não se perde, mas as imperfeições em Pedra tão perfeita começam a ser notórias. Porque ela mói e mói e mói.
E, portanto, a Pedra esmaga a tesoura mas deixa a água molhar o papel.

sexta-feira, 17 de junho de 2011

17 Junho 2011

É na espera; nos entretantos
que não te leio; que não te encontro
E vais-te embora; vais-te afastando
é evidente tão tal recontro.

quinta-feira, 2 de junho de 2011

2 Junho 2011

Então Boa Noite!
Porque hoje o dia terminou
(ou só por hoje?).
Boa Noite! porque acordas igual
Ao que eras ao deitar.
Então: Boa Noite!
Se não aprendes nada
A cada 24h…
Boa Noite! de todas as vezes
Que eras para fazer mas não fizeste.
Então: Boa Noite!...
À tua e a todas as tuas manias.
Ámen.

terça-feira, 24 de maio de 2011

24 Maio 2011

O meu silêncio é o meu grito.
De ajuda; Por socorro
O meu silêncio é o meu grito.
Eu não ando, eu só corro
O meu silêncio é o meu grito.
Quando caio, quando morro
O meu silêncio é o meu grito.
Usando máscara como forro
O meu silêncio é o meu grito.
De ajuda; Por socorro...
O meu silêncio é o meu grito.

terça-feira, 17 de maio de 2011

Rasgos do que és
não formam rimas;
não criam versos...




Completa-te.

segunda-feira, 16 de maio de 2011





Beijar-te... Lamber-te... Morder-te...





quinta-feira, 21 de abril de 2011

Estou pronta:

Quando não te sinto, leio-te. E é por isso que é tudo tão importante e tão sem sentido tão sem significado e é por isso que te escrevo desta maneira Porque tu não fazes sentido e não tens significado e há sempre qualquer coisa que me faz voar até ti e deixar-te ficar até que te vás embora outra vez Porque tu vais-te sempre embora outra vez e isso deixa-me assim como me deixa e eu gosto Gosto muito por detestar Mas sinto e isso deixa-me viva porque estou viva Mostra que estou viva E tu fazes-me viver Fazes-me tanto viver e és tão irreal e tão completamente impenetrável e desta maneira apercebi-me que posso estar a falar de ti ou de qualquer outra pessoa que me deixe assim porque já as houve E nenhuma delas é real logo tu não és real Mas eu acho que já tinha escrito isto lá em cima se não me engano A música começou novamente porque ela deve saber que me dá e me traz coragem Que coragem Eu não estou a ser corajosa Aliás estou a mostrar as minhas fraquezas com estas franquezas que nunca me trouxeram certezas mas que o continuam a ser só porque me fazem continuar a debitar o que o meu cérebro não processa Porque nada disto está a ser lido e analisado Está a ser escrito à primeira com as hesitações óbvias de quem está como estou porque só assim se escreve desta forma Mas voltando a ti passaram uns 10 minutos e já me esqueci do que senti para ter vontade de te escrever e de te ler mais de te ler do que de te escrever Mas comecei Porquê Pois gostava de me recordar É isto que me acontece todos os dias a maior parte dos momentos sabes Esquecer-me de ti Não me lembrar da tua existência Viver a minha vida como se não existisses e efectivamente não existes portanto eu vivo quase permanentemente correctamente Não me lembras Não me cheiras Enfim Mas depois tenho estes rasgos de qualquer coisa Ah talvez seja saudade apercebi-me agora que me fazem isto Isto que perdeu o sentido Mas tu também não fazes sentido Nem isto nosso

Dou-te demasiada importância, não dou?

Mataram-me...

Mataram-me as duas... E aqui está, só porque não tenho coragem para dizer o que quero... Nem a uma, nem a outra...



Eu não posso, nem quero, ser o que falta para construírem um triângulo. Lamento.

quinta-feira, 31 de março de 2011

Línguas.

Se me soubesse expressar noutra língua que não Português... Mas é que nem em Português!
Sei o que te diria - julgo... - mas não sei como to diria. Ou seja, mesmo que descubra como to dizer, não to digo!
Li-te. Não te percebo. Continuas uma incógnita.

Porque é que o que deixa de ser incógnita deixa de ter piada?

(...)

Mais uma metáfora brilhante: "És um Fantasma... Não existes, mas não deixas de assombrar"... Isto é, de facto, real. Há quem nos passe a ser completamente indiferente mas há sempre algo - ou alguém - que está constantemente a trazer-nos o nosso Fantasma à memória.
Eu tenho um Fantasma - ou um Fanstasma, como preferia dizer quando era pequenina - o que até é bastante positivo, embora desagradável.
Positivo no sentido em que já tive alguém que outrora importou bastante e que, por um qualquer motivo, deixou de importar. Se deixou de importar é porque não merecia (ou deixou de merecer) tanta importância assim. Clap a isto! A parte má é que continua a ser um Fantasma e a assombrar, mas vejamos as coisas pela positiva... "Um dia... Já houve alguém..."

Agora numa perspectiva completamente diferente - visto que também isto é escrito num dia completamente diferente...
Já é a segunda vez que me lembro disto:



Não posso escrever nada.

"Ps. C’est la vie! As mulheres sofrem até serem velhas, os homens sofrem quando começam a ser velhos."


segunda-feira, 21 de março de 2011

62

Vive-os ao som do jazz que estás a pôr.
Sente o verniz bordo com os 10 de agulha.
Transforma-te naquilo que eles te transformam,
Poder…
Anda e dança e canta e seduz.
Controla, arrebata, conquista… Mas seduz.
Seduz-te. Faz(em) com que gostes de ti –
por gostarem de ti.
Os saltos fazem da mulher Mulher.


21 Março 2011

quarta-feira, 9 de março de 2011

Livre-arbítrio

Preferia quando não tinha de me preocupar com cremes hidratantes; desodorizantes; cremes para as borbulhas... Preferia quando não tinha de me preocupar com ter de me assoar todos os dias, de manhã, no banho; ter de tirar a cera regularmente... Preferia quando não tinha de me preocupar com pensos; pílulas; tampões; pêlos...
Preferia quando não era um poço de despesas e necessidades (tais) que prefiro não satisfazer por aquilo que representam; que significam.
Eu deixei de ser Eu e passei a ser Isto.


E ouvi dizer que piora com a idade!

terça-feira, 1 de março de 2011

Um Viva!

Um dia pego em ti, nas bolas de malabarismo, nos devil sticks, na guitarra, na harmónica, na máquina fotográfica, em Lisboa e vamos ser felizes como há três anos; Vamos reviver o que há três anos nos fazia felizes.
Pego no teatro e no histerismo e faço-te feliz, como te fazia há três anos.
Pego na inocência e no amor e faço-te feliz, como me fazias há três anos.

Um dia pego em ti e consigo-me lembrar de quem era; de quem eras há três anos.

Um dia pego em ti e na simplicidade que existia e faço dela Presente - já que não existe Futuro.
Um dia pego em ti e faço-te o mesmo sorriso de há três anos.

Um dia pego em mim e encontro-me.

segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

Nunca pára...

... A cabeça... Nunca pára!

Não consigo dormir. Fecho os olhos e começo a viver a minha vida, da maneira que eu gostava que ela corresse. É tudo tão consciente... Porque eu sei que não vai acontecer e a ansiedade é permanente. Visões, dor de barriga e coração acelerado. Mau-estar, voltas na cama. "Não vou abrir os olhos porque, caso contrário, já não os volto a fechar"...
É horrível sonhar acordado - não estando acordado; não estando a sonhar.


Continuo sem compreender a inconstância nos/dos meus quereres...
Em vez de me clarificar as ideias, o tempo só me traz menos tempo e mais dúvidas.
Bom, não é totalmente verdade. O tempo cura... Com o tempo passa. O Tempo trouxe-me isso.

Estou cada vez mais pobre. Qualquer dia isto vai à viola.

sábado, 5 de fevereiro de 2011

- tudo

Assim é difícil. Não tenho tempo nem para sentir... Ou faço por não sentir, por não ter tempo?!? Bom, de qualquer das formas até me sinto mal por nunca mais ter escrito. Não é que me faça falta, mas faz-me. Aqui sou meio livre... Escrevo basicamente o que me apetece, sem me preocupar, sequer, com o que X ou Y vão pensar. Aqui não existem o X e o Y... Aqui existo eu, o teclado, os chocolates que estou a comer, zombie que estou a ouvir e o verniz cor-de-rosa néon com que vou pintar as unhas daqui a 12 minutos, sensivelmente. É este tipo de facilidades... Sabe bem. Se eu quiser - e porque eu quero - escrevo 2 horas de texto a falar das minhas mais do que fantásticas unhas... Posso fazê-lo, se assim o entender. De qualquer das formas não o vou fazer.
Quero escrever poesia mas tenho um autocarro para apanhar - o que revela que, para além de super interessante, eu sou uma pessoa que se preocupa com o meio ambiente e, sendo assim, ando de autocarro... Ou então sou apenas uma pessoa sem carta - e compromissos a cumprir. Shit.
Tenho o Sol a bater-me na cara e a absorver, completamente, o meu campo visual. Sabe bem!

Acordei doente... Agora já sei que não posso apanhar frio - uahahah!

Como não a consigo escrever, vou buscar o caderno maravilha.


Perco o sentido e os sentidos
quando cruzamos o olhar
e em todos os segundos, entretanto,
fantasio o teu tocar.
Vejo-te a ti, finto-te nua,
estou perdida no teu mar...
Conheço(-te) o Norte; Conheço(-te) o Sul
e penso no grito do terminar.
Fico ansiosa e trespassa...
Comunicas e estás a voar,
espero o último som
que me agradece com o verbo Amar.

15.12.2010

quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

Esmaga.

A dor esmaga-nos.
Não é que a sinta, mas sei que esmaga... Esmaga-nos o estômago e os miolos. A dor faz o coração bater mais depressa e faz-nos desejar que pare de bater... Foi o que me contaram!

Porque é que dói? Porque é que deixamos que tudo avance o suficiente para que doa a determinada altura? Que estupidez!

Paremos com sentimentos! Aniquilemos emoções! 3 Vivas! aos capazes; aos rígidos; aos rijos!

A mim não me dói.


Porque é que (eu) estou a escrever isto? Idiota!


E quando ao acordar leio o silêncio da vivência,
confirmando a (tua) ausência em tão bela vida...
É tão pura; tão grande minha clemência
que, sem medo e sem experiência,
a meditação perde influência
e minhas palavras te contam que estou perdida.

sábado, 25 de dezembro de 2010

Suposto...

Sim, era suposto eu ter algo para partilhar... Mas não tenho.




Hoje almocei bifes.






sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

Amo-te tanto que roça o ridículo.

Amo-te no infinito do céu e no infinito da cor.
Amo-te em cada respiração por segundo e em cada página lida.
Amo-te em cada palavra aprendida e em cada música decorada.
Amo-te em cada semente plantada e em cada luz da época.
Amo-te em cada emigração e em cada imigração.
Amo-te sempre que te penso e sempre que te desejo.
Amo-te em cada passo dado e em cada sonho a preto e branco.
Amo-te em cada corda afinada e em cada acorde inventado.
Amo-te em toda a vela derretida e em cada carta não lida.
Amo-te em cada pixel e em cada beijo soprado.
Amo-te em cada átomo e em cada rajada de vento.
Amo-te em cada tronco e cada milímetro do teu tronco.
Amo-te em cada invenção e em cada cheiro a mar.
Amo-te em todos os lugares e em todas as pausas.
Amo-te a cada reflexão e em cada ano luz.
Amo-te em cada miragem e em cada tese.
Amo-te por segundo e por cada nova mensagem.
Amo-te em cada gaveta e em cada tecla premida.
Amo-te em cada compra e em cada produto acabado.
Amo-te em todas as fases de fabrico e até ao produto ser comprado.
Amo-te em todas as brechas e em cada litro de água consumido.
Amo-te em cada lágrima e em cada sorriso.
Amo-te em cada poema e em cada bebida.
Amo-te em todas as coisas e a toda a altura.
Amo-te como Pessoa e como Mulher.
Amo-te porque te amo; Porque és tu e faz sentido.

Amo-te tanto que roça o ridículo.

terça-feira, 30 de novembro de 2010

E, pausadamente...

Simples… Bastante simples.

Porque é que temos de sacrificar a nossa maneira de sentir para fazermos satisfeita a sociedade?

Quando são desacreditadas – e, consequentemente, abandonadas – crenças, ideologias, pensamentos, entre outros mil (…) não é apenas exercício cerebral deitado para o lixo… Com eles vão maneiras de sentir e de sentir o que sentimos (sentimentos).

Estou um bocado farta. Estou farta de não corresponder a um padrão – que alguém escolheu – e, por isso, ser julgada e acusada de mil injúrias injustas e injustificadas – se não compreendo a tua teoria não posso, à partida e sem perder 10 minutos com ela, considerá-la errada.

Não são os sentimentos e não é a maneira de sentir super e absolutamente subjectiva? Então, por alma de que cão, é que todos esperam – e exigem – que os meus sentimentos reagam às circunstância da mesma maneira que os seus? Não… A sério?!!! Até o paladar aceitam que seja subjectivo!!! Porque é que tentam padronizar os sentimentos? Nada mais metafísico e filosófico e pessoal e invisível e (in)quantificável… Não compreendo. Assim como não compreendo a raiva e confusão que isto provoca em mim… SO WHAT? Posso não saber dar nomes às “coisas”?; Posso não saber lidar com o que sinto?; Posso (…)?; Simplesmente, posso qualquer coisa? Deixam-me qualquer coisa? Posso dar um passo sem ter meia sociedade a olhar para mim, apostando em como vou para a esquerda ou para a direita… Sem ter quarto de sociedade a apontar-me o dedo avisando: “Olha que se vais para a esquerda nós….” e outro quarto dizendo: “Olha que se vais para a direita a gente…” (…)

Não! A sério… Menos! Parem todos. Fiquem aí onde estão. Olhos, para que vos quero?! Boca, para que te tenho?! Cérebro, passarás de uma ilusão?! É que vocês fazem-me duvidar disto tudo… Será que é real? Sou mesmo física? Existo mesmo? Não serei eu um conjunto de ideias que, por não haver cérebro, estão confusas e perdidas? É que vocês fazem-me duvidar… Vocês nem sentir – ou lidar, À MINHA MANEIRA, com o que sinto – me deixam…

Pausa! Pausa para todos. Deixai-me viver, ámen!