quarta-feira, 30 de abril de 2014

Mal-entendido antropológico

O ar é tão pesado... Dói nos interiores o encaixar esta ausência na caixa torácica... Mas tem de ser. Tem de ser porque o meu coração é vasto; fui brindada com um todo. Curioso de ver como esse todo me custa o sangue - e agora, porque palpita meu coração?
Na verdade, não palpita. O todo não lhe basta se lhe falta um pedaço de si próprio...
Deus é grande, mas a minha vontade conseguiu ser maior.
As paredes imploram os meus gemidos. Cá em casa, já todos se perguntam que é feito de todos aqueles cujos corpos costumavam pernoitar (n)a minha cama... Eu cá não sei! Talvez estejam todos enclausurados no mesmo quarto, pobrezinhos...Sangue-sugas...
A ferida continua aberta e há continuidade no querer escavar; querer estar; querer ficar.
Assombra-me a questão: O que há, quando já não há questão? E eu vejo que é só esta... É só isto.
Voltei à graça que a graça matou. Oh, Graça, tu morreste!
Tanto tempo e nada para dizer... Tanto tempo e nada foi dito... Rojo o que penso... Rojo o que sinto... Rojo-me as entranhas. Voltei a rasgar-me.
E continua confuso; e não significa que significa que não quero. Só nada sei.

(...)

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