quinta-feira, 1 de setembro de 2011

Amargura

Errada é a forma como me coloquei nos teus braços; entre os teus braços. Errónea é a forma como te julgo; como te considero. Sem eira nem beira dediquei-te cada minuto desta (falta de) vida; deste (sem) rumo. E vou submergindo cada vez mais profundamente nesse teu mar de falsas transparências. E sem inocência vais arrancando toda a manipulação que vomito à população mundial e o mundialmente aceite é fintado por ti e por toda essa sabedoria que deve, ao sofrimento, a sua existência.
Não se trata do que absorve ou do que é absorvido... São os clichés. São os clichés que me apercebi ter todo o prazer em viver. São os tabus. São os tabus que se revelaram a banalidade do ordinário.
E interrogo-me de como o fazes. Não! Não me digas... Não me respondas. Eu sei a resposta. Há portas e janelas e sou eu quem habita a casa... Não és o tipo de personagem que força entradas... Não precisas. Nem querias.
O agridoce é núcleo do casulo que formamos. Não somos uma cápsula, com dois lados que encaixam; coincidem na perfeição e cerram... Somos um casulo... Entranhamo-nos e aglutinamos, afincadamente, o que temos. Tão sinónimo; tão antónimo.
Já passou a hora da interrogação.

4 comentários:

Anónimo disse...

"Não há cá absorção, ou absorvência, nem clichés e muito menos casulos! Não pode.. Eu não posso.. Eu (não) quero entranhar-me (mais) em ti, tens consciência das consequências se nos deixarmos embrenhar neste mar de espinhos em que estamos a trafegar, e que só nos vai afastar de quem somos? Eu aceno-te, e tu limitas-te a seguir esse teu caminho! E eu deixei que o teu caminho quebra-se o meu, e para que?" - tento convencer-me de que não vales a pena!
Mas tudo o que sinto verdadeiramente que é não te conheço agora, mas que sei o que és! E olha que tenho obrigado a minha mente a escapulir-se de certos assuntos, para não deixar que se enraiveça e comece a achar que eras tu quem devias estar assim! E por outro lado, vêm-me coisas boas á memoria, coisas que vivi contigo (poucas ainda).. E que por muito que o mau se sobreponha ao bom, eu sei que me amas, ainda que as vezes as nossas maneiras (tão diferentes) de amar nos (?), e outras tantas vezes nos enalteçam e nos façam sentir como nunca ninguém fez antes. Eu também te amo a minha maneira, ainda que por vezes não gostes de certas atitudes, e não compreendas que foi por te amar que fiquei triste com o teu egoísmo. Deixaste-te cegar por ele!
Mas isso não faz com que me ames menos ou mais, acabei de descobrir (contigo) que temos duas opções agora : ou começamos a aprender a tolerar certas coisas, ou acenamos e partimos deixando para trás o gozo de saber que podia ter sido diferente, mas que ainda assim uma de nos sairá vencedora de todos os prémios que não conquistamos juntas.
Como vai ser Catarina.. queres alcançar vitorias? Ou seguir um rumo certo, rumo esse que nos levara a bom porto ?

P.s - Bem vinda de volta as interrogações. Nao te perdoo , mas fico contigo.

Anónimo disse...

Está mesmo muito, muito bom! Dos melhores que já escreveste...

Vulto disse...

Mesmo muito bom, subscrevo.
Força nisso Catarina ;)

Ivan Mota disse...

Este foi em cheio. Delicioso.