quinta-feira, 1 de agosto de 2013

Um crescendo...


Tronco dilata
Constante vazio
Consciência empata
Inconsciente doentio 
Formando barreiras negras
Que sugam a confiança
De todas as conquistas s/ regras
Presas na teia da bonança.
Destratadas na negritude
Que tinge o meu bel-prazer 
Vestem-se da vã atitude
Do não fode, nem deixa foder.

quinta-feira, 13 de junho de 2013

Talvez esteja na hora!

Mas numa hora diferente. Num Mundo paralelo a quatro horas de distância... Mas neste momento encontro-me noutro Mundo. Neste momento derreto-me e misturo-me com uma realidade onde a madrugada ainda não deu os bons dias. Os Santos Populares estão na outra porta, penso a Amália mas não a oiço - mal atravessei o portão. A amarga libertação da sapiência... É ambíguo. E estou encravada na minha paixão por mim que me transformou naquilo que nunca me chamou a atenção. Continuo a querer-me, mas vejo-me, do outro lado estrada, a acenar-me. Contudo continuo a querer-me.
É ambíguo... Sempre referi a luz, em tom de brincadeira. De certa forma o foco ficou intenso e grande parte da brincadeira apenas oralmente lhe tomava o cheiro. As cores era às escuras; às secretas; às securas. Então não se sabe as cores.
A verdade é que a conduta - moldável, finalmente mas tristemente - se mantém... O destino é o mesmo, mas com Destino à mistura. Dá costas quentes, então não dá?! Também gera muito amor... Oh(!) se gera...! Mas dá costas quentes e tudo o que o Destino promete. E ficas mole. E deixas de sugar o amor que tens. Se te apaixonares por ti, percebes que é a tua sina. Mole, como estás, e com tanto Destino à mistura até entregas o teu amor por ti numa bandeja de prata ao teu novo eu; à tua nova paixão por ti. Então não há forma de voltares a ser tu própria e assim, supostamente, não te rasgas toda por ti. Mas não te interessa... Porque continuas a apaixonar(-te).
Depois não há brincadeira e atravessas-te no teu caminho. Cheia de luz vês a Luz... Calma, diz-te ela. Voz colocada sempre em letra minúscula. O Destino tem cunhas nas lacunas do Universo. A História fica mal contada, a personagem toda trocada e o sujeito poético expressa-se de preto. E literalmente a negrito. 

Calma... Deste um passo para trás. Tu queres-te onde tu não te queres.


E, repito, não pode haver confronto com hipotéticas certezas... Só por si é ambíguo.

sexta-feira, 11 de janeiro de 2013

Hoje serias assim...

26-10-2010

Desejo que a tua pele seja a minha pele

- Com linhas bem desenhadas -
E que as tuas vontades sejam mel

- Pela minha boca desfrutadas.
Desejo que os teus cheiros sejam (os) meus cheiros
- Que me penetrem; Que me persigam -
E que os teus desejos sejam certeiros 

- Que me sufoquem; Que me predigam.
Desejo que a tua voz seja direcção
- Que me guie com sapiência -
E que a minha vontade seja a comunhão
- (entre) O Amor e a Inteligência.


Desejo que o teu sabor seja de digna eternidade

E que esta chama, sem calor, sobreviva da saudade. 



Frenesim

É tudo aquilo que (me) está a mais ou a menos. É toda aquela paixão que consome a minha frieza; a minha crueldade. É todo aquele ódio que desperta os meus mais primários sentidos. E não pára; não me deixa dormir. Tamanha intensidade daquilo que sinto - e do que penso que sinto - traduz-se em correria veloz; ágil; frágil... Traduz-se em cansaço e em dúvida... Permanente... Permanente dúvida.
E o pensamento adora cada pedaço das obras que constrói, oh se adora. Venera cada etiqueta inventada (freneticamente) para temas; subtemas; micro temas; macro temas. O pensamento alimenta-se do pensamento que se alimenta de mim.
Escrava da minha bulimia espiritual fico-me. Fico-me na minha metamorfose... Caminhando transparência...
Mas é tudo tão vago... Tão vazio... Tão cheio de vazio...
E o antagonismo desafia-me constantemente. Duelos. Frente a frente. E eu perco. Perco-me.
Mas não tenho tempo! Franzina, ergo a réstia de auto estima desta mente delinquente e ofereço o rosto esquálido às negociações diárias, reclamando vitória; aceitando a derrota.
Transpirando cólera, a lividez finge ser máscara, mascarando a lividez. Só ouvi falar de um homem assim. Um único. Mas esse era abençoado pela droga - e não era Amor.
Também eu, toxicómana, me entrego à minha sede. Corro atrás do nada, procurando o tudo e entendendo a ineficácia do processo-invertido. Contudo, continuando correndo me encontro. No mais primário da palavra... Encontro-me. Encontro-me em cada canto das 4 paredes, tal prisioneira de psicoses várias; variadas; variantes.
Mas esta sede insaciável espreme cada hora atribuída ao repouso da massa cinzenta. E por isso aqui estou. Perdida; entregue a tentativas ultrapassadas de descanso ordeiro. E depois há a incerteza!!! A incerteza do que é correcto, fruto do conflito entre a praga do querer e a praga do prazer.
E não há choro; não há raiva; não há rancor… Só vazio. Um vazio produto de metamorfose velha; ordinária; ultrapassada.
Mas não há tempo… Não tenho tempo para novas construções do novo – ou deverei dizer reconstruções do antigo?
E já não há raiva e, consequentemente, já não há palavras e a fasquia aumenta e a dificuldade surge e o desespero fica… Mantém-se… O desespero é constante na vida boémia que pratico; que venero. Só assim faz sentido. A necessidade é a motivação do motivado. Só assim nasceu a roda. A minha é a pressão.
E depois entra a música. Abro-lhe as portas e convido-a a aniquilar a sanidade que teima em assentar. O Universo da loucura é negro. O negro é vasto; o negro é infinito. O Universo da loucura é um buraco negro. Os buracos negros são vastos; são infinitos. A própria loucura é infinita. É ter o Rei na barriga e ser miseravelmente conformado; satisfeito. É ter o Rei na barriga e vomitar teorias em cada prato que nos é generosamente cedido – e grita: Come-me.
Voltei! A agonia que preenche artérias é perfumada por expressões faciais que pressionam cada saber mal estruturado; cada ideologia mal cuspida e mal colada.
Assim, nada mais me resta que entregar-me ao fluir de cada batimento desordenado e render-me ao conforto… O conforto do desconfortável e da correria… O conforto da segurança e do controlo. O conforto de quando sabemos que controlamos. O conforto do dom da palavra. O conforto do dom de bem-expressar.
Faz parte do frenesim da busca de todos nós; de cada um de nós, particularmente. Do nós; do tudo.
E, por isso, mais uma vez sou eu. Obra mal esculpida, de más escolhas e de cuspos; pinceladas meio dadas, em cores feias; mal misturadas. Mas tudo feito por mim, bem sei... Infeliz consciência que expõe a culpa através dos olhos que seduzem quem se deixa ficar... Quem procura um tudo descomprometido (...), de prazeres infinitos; sem regras.
E aqui me coroo. Rainha do descompromisso para com a vida, num frenesim alucinante, praticando o praticamente impraticável. Sem cuspos, sem pinceladas, sem seduções. Um Até Sempre pela constância… Há-de continuar, naturalmente. 




Trabalho para AEC - Módulo de Português