Quando não te sinto, leio-te. E é por isso que é tudo tão importante e tão sem sentido tão sem significado e é por isso que te escrevo desta maneira Porque tu não fazes sentido e não tens significado e há sempre qualquer coisa que me faz voar até ti e deixar-te ficar até que te vás embora outra vez Porque tu vais-te sempre embora outra vez e isso deixa-me assim como me deixa e eu gosto Gosto muito por detestar Mas sinto e isso deixa-me viva porque estou viva Mostra que estou viva E tu fazes-me viver Fazes-me tanto viver e és tão irreal e tão completamente impenetrável e desta maneira apercebi-me que posso estar a falar de ti ou de qualquer outra pessoa que me deixe assim porque já as houve E nenhuma delas é real logo tu não és real Mas eu acho que já tinha escrito isto lá em cima se não me engano A música começou novamente porque ela deve saber que me dá e me traz coragem Que coragem Eu não estou a ser corajosa Aliás estou a mostrar as minhas fraquezas com estas franquezas que nunca me trouxeram certezas mas que o continuam a ser só porque me fazem continuar a debitar o que o meu cérebro não processa Porque nada disto está a ser lido e analisado Está a ser escrito à primeira com as hesitações óbvias de quem está como estou porque só assim se escreve desta forma Mas voltando a ti passaram uns 10 minutos e já me esqueci do que senti para ter vontade de te escrever e de te ler mais de te ler do que de te escrever Mas comecei Porquê Pois gostava de me recordar É isto que me acontece todos os dias a maior parte dos momentos sabes Esquecer-me de ti Não me lembrar da tua existência Viver a minha vida como se não existisses e efectivamente não existes portanto eu vivo quase permanentemente correctamente Não me lembras Não me cheiras Enfim Mas depois tenho estes rasgos de qualquer coisa Ah talvez seja saudade apercebi-me agora que me fazem isto Isto que perdeu o sentido Mas tu também não fazes sentido Nem isto nosso
Dou-te demasiada importância, não dou?