sábado, 31 de julho de 2010

E com os olhos a brilhar...

...escrevo-te:

Que me lembro da tua roupa; Do teu cabelo - mas não do teu nome ou da tua música.
Que me lembro de te perseguir; De quase não te olhar; De te sentir atrás de mim.
Que me lembro daquele Sábado; Daquelas sardinhas; Daquele mau estar; De te encontrar; De te implorar.
Que me lembro daquele Domingo; De esperar que acordasses; De rebolar na cama enquanto conversava contigo; De me expor; De te ler.
Que me lembro daquela Segunda; De lhe falar de ti; De te esperar nas escadas; De te ver; De conversarmos.
Que me lembro dessa mesma Tarde; De irmos para o Jardim; De me presenteares com a tua simpatia, com o teu cavalheirismo, com a tua educação, com o teu sorriso.
Que me lembro dessa mesma Tarde; Dos paus; Dos presentes; Do início do contacto; De perder o barco.
Que me lembro de que em Todos os entretantos me fazias sentir coisas na barriga.
Que me lembro daquele Dia; De te ver junto ao muro do metro; De ficar feliz; De tocares para mim no jardim; De te olhar para o decote; De estragarmos o microondas; Da sala de convívio; De mais contacto físico.
Que me lembro da despedida desse mesmo Dia; Não me beijaste e eu queria.
Que me lembro daquele Dia; Da Praça do Comércio; Do meu mau inglês; Do teu riso e sorriso; Dos olhares das pessoas; Do meu descontrolo; Da minha euforia;
Dos senhores nos estranharem no metro; Da tua mão na minha mão; Do meu medo (que trouxe o teu medo); Do nosso beijo.
Que me lembro do 1º Beijo; No meio de tudo e do nada; Senti o tudo e senti o nada; No meio de tantos... Não vi ninguém, não ouvi nada.
Que me lembro do 1º Beijo; De cada movimento dos nossos lábios...
Que me lembro do pós 1º Beijo; De sorrir para toda a gente, sem ver ninguém; Do meu olhar vidrado; Do meu descodificar de sabores... Estive horas infinitas a tentar distinguir o teu sabor do meu... A tentar saborear-te mais um pouco.
Que me lembro da Felicidade; De todas as boas coisas que sentia; Que dizia; Que pensava.
Que me lembro daquele Dia; Do jardim; Da tua mãe.
Que me lembro daquele Dia; Da Praça do Comércio; Dos Armazéns; Da tua escola; Da sala de convívio; Da descoberta; Do êxtase; Da senhora da limpeza.
Que me lembro do teu Cheiro - e como cheiras bem...; Que te encontro em cada pessoa; Em cada lugar;
Que te procuro e que te quero.
Que me lembro de Ti; Que me deste a conhecer a Paixão; A confiança; O entregar.
Que me lembro de Ti; Do quanto gosto de ti;
Que me lembro de Ti; Que te adoro - como aos Deuses, parabéns!(!!!)


Que buraco no estômago; Que buraco...

domingo, 25 de julho de 2010

"Muito menos, menina..."

É uma realidade que o nosso discurso vai mudando à medida que vamos desbravando o Mundo... É uma realdade.
É uma realidade que eu não aceitava e com a qual (agora) me deparo, cruamente; duramente, e da qual não consigo - nem quero - escapar. Comodismo... Tornei-me comodista?
Sou comodista? Como tu... E tu... E tu..(?) E tu, sim. Um tu que não me arrepiava mas, antes, me arreliava - por não compreender... Por não aceitar. E agora é isso que sou? Não pode ser!
Mas aceito. Aceito-me. É mais fácil; Tão mais fácil...
É mais fácil: Não por saber bem mas, sim, por não saber mal.
Eu estou mais fácil.
E percebo agora que o meu discurso não está a mudar... Não porque deixei de desbravar mas porque encalhei em ti, que me dás tema de conversa; que me mudas; que me moldas... Ou não.
Encalhei em ti, que me dás tema de conversa; porque eu sinto; porque descobri outro eu... Outros eus.
Mas ninguém me perguntou se era isto que eu queria; Tu não me perguntaste se é isto que eu quero. Mas eu respondo-te: Não!
Quero viver e desbravar, sem encalhar. Bastam-me as outras que me olham e me prendem, sem me verem.
Bastam-me as que eu vejo, a meu jeito; como as quero.
Bastam-me. Porque tu és real - e, contigo, não sei lidar - e estás presente e destróis com a vivência... (elas destroem por não viverem)
E tu... Vivendo - mas antes de viveres - destruíste e, a teu bel-prazer, inverteste os papeis quando eu ainda não estava pronta... E agora?
Agora estás como os outros... Como todos os outros. A diferença; A gigantesca diferença é que, contigo, eu importo-me.
Apaixona-me.

quinta-feira, 15 de julho de 2010

1000

Vocês são mil... São mil os pensamentos; São mil as teorias; São mil as pessoas; São mil razões que não me deixam dormir.
És o medo e (és) o não medo; És o querer e (és) o não querer; És a fraqueza e (és) a coragem.
Dás-me o medo e (dás-me) o não medo; Dás-me o querer e (dás-me) o não querer; Dás-me a fraqueza e (dás-me) a coragem.

Quero-te. Quero-te e espero-te.

És a mudança e dás-me a mudança.

És cheiro e és paisagem. És vontade e és miragem.


És pensamento (constante); És fantasia. És o que representas e representas - muitíssimo bem - o que és. O que me és... A mim. Quem diria?


Oiço-te; Cheiro-te; Bebo-te; Penso-te.
Quero-te.
Quero-te tanto.

sexta-feira, 9 de julho de 2010

That's it!

Beijei-te a medo porque em segredo
(é que isto não é aceite).
E se esse medo não virasse coragem,
Não se tornaria miragem
E (eu) não sentiria isto, no peito.